PELOS NOSSOS DIREITOS! HOJE MUITOS ESTÃO TRABALHANDO, MAS AMANHÃ, PODERÃO ESTAR APOSENTADOS. A LUTA

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sexta-feira, 5 de maio de 2017

O SR. FERNANDO WILLIAM – Agradeço ao Vereador Paulo Messina por permitir que eu fale antes, porque suponho que ele vá pedir verificação de quórum para que a Sessão caia, pelo que estou vendo aqui. Antes que isso ocorra – aliás, o vereador poderia esclarecer o motivo, não estou entendendo... – eu gostaria que prestássemos duas homenagens aqui com um minuto de silêncio. Uma, ainda que atrasada, ao pai do nosso colega, Vereador Paulo Messina, que precisa ser homenageado por nós. 
Eu faria uma segunda homenagem, mas o Vereador Jones Moura, que é ligado à área, fará sobre o segundo nome para o qual eu pediria.
Mas antes, eu lembraria que nós faremos um minuto de silêncio em homenagem ao pai de nosso querido colega e também ao profissional que será citado aqui pelo Vereador Jones Moura, mas que ele morreu porque estava armado e reagiu armado a uma ação de ilegalidade, de irregularidade, de violência que ele corajosamente, heroicamente, tentava interromper. Passo a palavra ao nosso querido Jones Moura.
O SR. JONES MOURA – Pela ordem, Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (JORGE FELIPPE) – Com a palavra, pela ordem, o Vereador Jones Moura, que dispõe de três minutos.
O SR. JONES MOURA – Realmente, como foi citado aqui, hoje tivemos pela manhã o assassinato do guarda municipal que saía do serviço – e isso já está em todas os jornais – e temos trazido alguns debates com relação à Guarda Municipal no cenário da Segurança Pública, a guarda armada, a guarda não armada, a Lei que já armou a Guarda Municipal. Essa matéria que não se discute em Câmaras Municipais, essa matéria que é de competência federal. Não se discute se a guarda vai ser armada por Câmara Municipal. Essas questões, agora, neste momento, não são o que queremos trazer. Nós queremos trazer aqui o fato de que um guarda municipal, mais um operador de segurança pública, mais um agente que tem atividade policial, que protege vidas, mais um herói da nossa sociedade que teve a vida ceifada por delinquentes, por infratores da lei, por criminosos. Isso está acontecendo em toda a Cidade do Rio de Janeiro e é um debate que precisamos. Esse debate é que precisamos promover na Casa. De que maneira nós vereadores vamos interferir para colaborar na diminuição das armas? Das armas com as quais devemos nos preocupar, mas não as que estão nas mãos da Segurança Pública, que tem pessoas treinadas, capacitadas, revestidas pelo Poder Público. Mas das armas que estão na criminalidade. Há pouco, vimos operações em que se apreenderam tantas armas, tantas armas, mas nas mãos das pessoas que ceifam as vidas de pessoas que são nossos heróis. 
Gostaria de, rapidamente, ler aqui, nobres vereadores, o último texto, a última postagem que o guarda municipal Danilo Gonçalves postou nas suas redes sociais. Uma grande coincidência. Será? Ele fez uma última postagem, depois saiu do serviço e veio a morrer. Ele escreveu assim:
“Mataram um policial e um menino vendo aquela cena do policial morto pergunta ao seu pai:
– Quem é esse senhor que mataram?
– Não sei, filho. Só sei que era um policial.
O menor se aproxima de uma pessoa que estava vestida com uma farda bonita, diferente das outras, muito elegante. Era o comandante da unidade onde trabalhava o policial. O menino pega sua mão e pergunta:
– Eu poderia saber o que é um policial?
O oficial responde ao menino com a voz trêmula e seus olhos cheios de lágrimas:
– Um policial é uma pessoa que dorme menos que muita gente, passa frio, sol, chuva, fome. E há momentos em que não tem dias de festa, Natal, Ano Novo. E, em muitos momentos importantes, está muito longe da sua família. Mas, quando sai para seu trabalho, muito cedo, não sabe se vai voltar para casa com vida. Isso é parte daquilo que é um “policial”. De repente se ouve o som de um telefone que tocava no bolso da calça do falecido.
O oficial deixa a criança por um momento para tomar o celular. Ao vê-lo, se dá conta de que é da casa daquele policial que faleceu. Vê que é uma mensagem em voz muito baixa e ao ver a mensagem vê que seu filho dizia: “Olá papai. Peguei o celular da mamãe para escrever esta mensagem, que é para dar parabéns pelo seu aniversário. Estou ansioso para que veja o teu presente porque faz dois dias que não pode estar em casa. Mas hoje partiremos o bolo. Hoje faremos juntos. Estaremos juntos. Te amo, pai. És o meu super pai. Um beijo. Te espero em casa”.
Senhores, esse foi o último texto que o guarda municipal Danilo Gonçalves postou nas suas redes sociais. Ele deixa duas crianças pequenas, dois meninos e sua esposa, agora viúva, uma jovem. Isso é o que vem acontecendo na Cidade do Rio de Janeiro. Por isso, conversei com o Vereador Fernando William sobre essa questão e gostaria de pedir, Senhor Presidente, em nome de todos os guardas municipais, policiais militares, civis, policiais rodoviários federais, em nome de todos os operadores de Segurança Pública e, em nome daqueles que estão no Executivo, Judiciário e todo o Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, em nome de todos os senhores, um minuto de silêncio pelo guarda municipal Danilo Gonçalves.

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