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18:43, 27/9/2018]
Enquanto o governo do estado congela salários de professores e outras categorias, o custo com juízes só faz aumentar. Em nove anos, o gasto com benefícios
de juízes aumentou em dez vezes. O estado do Rio, gasta, em média, R$ 59 mil por mês, quase 4x mais que os servidores da justiça, que custam em torno de R$17 mil por mês. Além do seu
altíssimo salário, os juízes tem uma série de outros privilégios como auxílio-moradia.
No caminho oposto dos juízes, os gastos com os trabalhadores são cada vez menores. Grande parte das categorias estão com seus salários congelados devido ao Regime de Recuperação
Fiscal imposto por Temer e Pezão, que contam com o respaldo dessa justiça. Ano passado inclusive, muitos servidores ficaram sem receber e a UERJ ficou muito tempo sem poder ter aulas.
É essa mesma casta que aprovou a terceirização irrestrita e que impede o direito do povo votar em quem quiser é a mesma que recebeu de Temer um aumento para ganhar agora ‘míseros’
39 mil reais enquanto atacam os direitos dos trabalhadores.
Ao Esquerda Diário, Carolina Cacau, estudante de Serviço Social da UERJ e militante do MRT disse:
“É um absurdo que esse mesmo judiciário que aprova a terceirização irrestrita e impede o direito do povo votar em quem quiser possa manter seus privilégios. Todos
os juízes devem ser eleitos e revogáveis e ganhar o mesmo que uma professora, sem privilégios. Além disso, todos os casos de corrupção deveriam ser julgados por júri popular.”
É essa mesma casta que aprovou a terceirização irrestrita e que impede o direito do povo votar em quem quiser é a mesma que recebeu de Temer um aumento
para ganhar agora ‘míseros’ 39 mil reais enquanto atacam os direitos dos trabalhadores.
PARA QUEM NÃO SABE OU SABIA,
Movimento Revolucionário de Trabalhadores
quarta-feira 29 de abril de 2015| Edição do dia
No último dia 12 de abril, foi fundado no país o Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), uma nova organização que luta pela revolução
socialista, contra o sistema de exploração que vivemos hoje no capitalismo e busca uma sociedade sem classes, sem opressões e violência social, sem a soberania do capital: uma sociedade de fraternidade
entre os trabalhadores livremente associados. Uma sociedade comunista.
O MRT surgiu a partir do Congresso da Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional, que votou em sessão extraordinária do seu V Congresso
a mudança de seu nome. Quem presidiu o Congresso foi Pablito Santos, diretor do Sintusp. O debate teve início com abertura de Diana Assunção e Marcelo Tupinambá, e com a presença de
Val Lisboa, dirigente e fundador da LER-QI.
O Congresso teve como mesa honorária a memória de Leon Trotsky, os lutadores da IV Internacional e o povo grego na luta contra os ajustes. Também começou,
entre outras, com saudações à greve de professores (principal luta em curso no país) e ao camarada Gaëtan, militante francês que se encontra na ameaça de ser preso por se mobilizar
na França.
A alteração de nome e formação de uma nova organização expressa uma mudança decisiva: o fortalecimento da organização
com novos trabalhadores, na USP, no metrô de São Paulo, em professores em greve, nos correios, em bancários, nas indústrias e em muitas outras categorias, de outros estados como Rio de Janeiro e
Minas Gerais, que foram parte ativa da discussão congressual da LER-QI. Essa nova composição exige uma nova organização, que corresponda aos objetivos e necessidades da nova etapa.
Além disso, tem relação com o enorme avanço que a organização pode oferecer aos trabalhadores com o lançamento do portal Esquerda Diário
no Brasil, um instrumento latino-americano de notícias e ideias que viemos impulsionando internacionalmente com o intuito de forjar as bases para o desenvolvimento de alternativa política, inicialmente no caso
nacional frente à crise do PT e mais desenvolvido em outros países, como na Argentina frente à crise do kirchnerismo. Um forte instrumento de opinião que tem chegado a centenas de milhares (com
perspectiva de ultrapassar a casa do milhão nos próximos meses).
O objetivo de criar um partido orientado para a revolução socialista, que parecia distante em décadas passadas, se reatualiza com toda força no mundo a
partir da grande crise capitalista iniciada em 2008 e, no nosso país, com as massivas jornadas de junho, que levaram massas às ruas e modificaram em poucas semanas a história política do país.
Abriu-se uma nova etapa da luta dos trabalhadores e a juventude, que gerou em 2014 a maior onda de greves operárias das últimas décadas no país e já
começaram a dar sinais para todos da força do verdadeiro sujeito da transformação social: a classe trabalhadora.
No entanto, essas lutas na nova etapa evidenciam um importante limite dos trabalhadores na sua luta pela revolução social: a necessidade de criar um instrumento político,
um partido revolucionário, que seja verdadeiramente enraizado na classe e que possa ter capacidade de enfrentar o ódio das classes dominantes e as elites do país na defesa da população oprimida
e o desenvolvimento da revolução socialista.
Acreditamos que um partido como esse deveria se basear na interação verdadeira das ideias da revolução social com a massa trabalhadora. Alguns partidos
na esquerda internacional têm crescido em sua influência, como o Syriza grego ou Podemos espanhol, sendo muito conhecidos midiaticamente (por cima), mas sem ter uma militância verdadeira entre os trabalhadores
(por baixo). Esse projeto não poderá realmente estar à altura de uma revolução, mas sim da ilusão e de novas derrotas dos trabalhadores.
Uma alternativa internacional que aponta para esse tipo de partido revolucionário que necessitamos tem surgido na Argentina, com a atuação do Partido de Trabalhadores
Socialistas (PTS) no movimento operário e na luta de classes e a composição da Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT), uma frente de organizações que reivindicam a revolução
socialista e tem oferecido uma alternativa política aos trabalhadores.
Nesse sentido, o movimento se orienta para confluir com jovens e trabalhadores que avançam no combate à crise capitalista na perspectiva de construir um Partido Revolucionário
dos Trabalhadores como solução classista e revolucionária à crise de direção no movimento operário diante da confirmação, para nós, da passagem do PT para
o lado dos capitalistas e a impotência da esquerda existente, que, apesar de muitos anos atuando em sindicatos (como o PSTU) e no parlamento (como o PSOL), fracassou em constituir para milhões de trabalhadores
e jovens uma alternativa revolucionária ao PT e ao reformismo.
Justamente por isso consideramos que o novo momento da classe operária brasileira coloca o desafio de organizar uma unidade na ação com todos os setores anti-governistas
e classistas para barrar os ataques em curso, sendo esta a base para debater o programa e a estratégia para a construção de um partido revolucionário dos trabalhadores verdadeiramente internacionalista,
partindo das lições da experiência com o PT em nosso país.
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Ao final do congresso, o Esquerda Diário entrevistou Pablito Santos, diretor do Sintusp, que expressou que "essa nova organização tem o desafio de lutar para
que a tradição de auto-organização que existe entre os trabalhadores da USP se expanda para outras categorias e de desenvolva como uma nova tradição do movimento operário em
todo o país"
Já Francielton Bananeira, delegado sindical do metro de São Paulo, afirmou que "necessidade de estender em nível nacional a batalha por um movimento sindical
não corporativo, como hoje fazemos no metrô ligando as lutas econômicas dessa categoria estratégica com a luta pela estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e usuários
como forma de responder ao que foi a principal demanda das jornadas de junho de 2013"
Por fim, Val Lisboa, histórico militante operário que participou da fundação do PT, expressou que "o MRT deve estar a serviço de construir um
partido que tire até o final as lições do que foi a experiência como PT, tarefa que nem o PSOL nem o PSTU foram capazes de realizar, já que vêm mostrando sua impotência para expressar
politicamente a onda de lutas operárias que tem sacudido o país nos últimos anos".