PELOS NOSSOS DIREITOS! HOJE MUITOS ESTÃO TRABALHANDO, MAS AMANHÃ, PODERÃO ESTAR APOSENTADOS. A LUTA

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sábado, 28 de julho de 2018

QUEM ESTÁ CUIDANDO DO SERVIDOR? PARABÉNS VEREADORES. ISSO É SÓ O COMEÇO......O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, lançou nesta segunda-feira o projeto Emancipa Rio, com uma bolsa mensal de R$ 400 para usuários de abrigos na cidade do Rio conquistarem a independência. É pago por meio do programa um aluguel social para o usuário ter sua privacidade e morar por conta própria. O programa começa no próximo mês com cerca de 350 pessoas, de acordo com o secretário municipal de Casa Civil, Pedro Fernandes.



Servidora tem aposentadoria cortada, sofre AVC, morre no Salgado Filho e família não é avisada. Telefone do hospital está cortado

Bruno Oliveira e sua mãe, Teresa Marcelino, mostram a foto de Marly, que morreu nesta terça-feira, no Hospital Salgado Filho
Bruno Oliveira e sua mãe, Teresa Marcelino, mostram a foto de Marly, que morreu nesta terça-feira, no Hospital Salgado Filho Foto: Marcos de Paula

Flávia Junqueira
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Em um intervalo de 48 dias, Marly Flávia de Oliveira morreu duas vezes. A primeira, no quinto dia útil de junho, quando foi ao banco buscar sua aposentadoria e descobriu que havia sido dada como morta e, por isso, estava com o benefício e o plano de saúde, descontado em folha, cortados. Sem dinheiro e sem seguro, a moradora de Todos os Santos, tão independente a vida toda, se viu pedindo ajuda à família.
Quinze dias após o fatídico extrato com saldo zero, a aposentada de 78 anos sofreu um AVC isquêmico enquanto dormia. Sem plano, acabou sendo levada para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, onde trabalhou como enfermeira por 34 anos. Após 33 dias na emergência, às 7h30 da última terça-feira, Marly morreu. A família só soube por volta das 13h, ao chegar para a visita. Os telefones do hospital estão cortados.

Marly tinha 78 anos e era servidora aposentada da prefeitura
Marly tinha 78 anos e era servidora aposentada da prefeitura Foto: Álbum de família

— Perdi a pessoa que eu mais amava. Foi muito duro chegar ao hospital e ter que reconhecer o corpo no necrotério. E se não fôssemos visitá-la todos os dias? Quando saberíamos da morte? Ao lado dela, havia outros cinco corpos fora da geladeira. Há famílias que moram longe, não têm dinheiro para passagem e não vão sempre na visita. Por quanto tempo aqueles corpos ficarão ali? — questiona o neto de Marly, Bruno Oliveira, de 26 anos, ressaltando que a avó foi muito bem tratada no período em que ficou internada. — Ela era muito conhecida lá.
Bruno conta que, após ter a aposentadoria suspensa, a avó ficou “desestruturada”:
— No ano passado, aconteceu a mesma coisa. Minha avó sempre foi uma pessoa independente. Na semana em que teve o AVC, ela reclamou muito de dor de cabeça. Minha avó sofria de pressão alta. Mas não podia ir à consulta porque estava com o plano de saúde cortado e sem dinheiro para táxi. Acredito que, com todo aquele estresse, a pressão descontrolou, e ela teve o AVC dormindo.
Segundo Bruno, no ano passado, a avó também teve a pensão e o plano de saúde, que descontava em folha, cortados.
— Ela descobriu quando estava entrando para uma cirurgia. A clínica informou que o plano estava suspenso e minha avó voltou para casa. Quando soube que isso aconteceu pela segunda vez, ela ficou totalmente desestruturada — disse o rapaz.
Família diz que Marly foi se recadastrar
A aposentadoria de Marly foi cortada porque ela não teria feito o recadastramento no Banco Santander, em abril. O neto, Bruno Oliveira, no entanto, garante que esteve com a avó em uma agência do banco e um atendente informou que estava tudo certo.
— Minha avó já estava preocupada, porque teve a aposentadoria suspensa no ano passado. Então, em abril, fomos a uma agência do Santander e lá nos disseram que ela não precisava fazer o recadastramento — diz Bruno.
Após ligar para o Previ-Rio, fundo responsável por gerir aposentadorias e pensões no município do Rio, Bruno descobriu que a avó havia sido dada como morta, por não ter feito o recadastramento. No dia 8 de junho, ele e a avó foram ao banco e regularizaram a situação.
— Também entramos em contato com o plano de saúde para reativá-lo. Mas quando minha avó passou mal, ela ainda estava sem o plano e sem a aposentadoria — diz ele.
Em março do ano passado, como medida de corte de custos, o Previ-Rio suspendeu o envio de contracheques pelos Correios aos mais de 80 mil inativos e pensionistas vinculados ao fundo. O serviço teria um custo de R$ 4,4 milhões por ano. No contracheque, uma mensagem alertava aposentados e pensionistas sobre o recadastramento, já que muitos não acessam internet.
A assessoria do Previ-Rio informou que o benefício foi suspenso porque não recebeu do Santander informações sobre o recadastramento de Marly. Já a assessoria do banco afirmou que a aposentada não realizou a prova de vida no prazo estipulado, e que, após a efetivação, no dia 8 de junho, o pedido de normalização do recebimento do benefício foi encaminhado ao órgão responsável.
Três hospitais estão com as linhas cortadas
Os telefones do Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, estão cortados desde segunda-feira. Funcionários da unidade informam que o motivo seria falta de pagamento. O problema se repete em outras unidades, como no Souza Aguiar, no Centro, e no Miguel Couto, na Gávea.
A Secretaria municipal de Saúde informou que o funcionamento das linhas telefônicas foi prejudicado devido a “problemas externos no serviço prestado pela operadora de telefonia” e que a empresa já havia sido acionada para restabelecer o serviço. Ontem, o Salgado Filho ainda estava sem telefone.

Na manhã em que Marly morreu, a emergência estava lotada
Na manhã em que Marly morreu, a emergência estava lotada Foto: Divulgação / divulgação

Cirurgias suspensas e superlotação
Os problemas enfrentados por quem precisa de atendimento nos hospitais municipais vão além da falta de comunicação, em função do corte nas linhas telefônicas. No dia em que Marly Oliveira morreu na emergência do Hospital Salgado Filho, um profissional de saúde da unidade denunciou a superlotação na sala amarela do setor.
— Uma maca grudada à outra. Tem pacientes aqui que não tomam recebem higiene há três dias — disse ele, que pediu para não ser identificado.
A superlotação também é uma realidade nas emergências dos hospitais Souza Aguiar, no Centro, e Pedro II, em Santa Cruz. Na sala amarela do hospital da Zona Oeste, com capacidade para 21 pacientes, 90 estavam internados internados na última quarta-feira.
O Pedro II passa por uma crise de abastecimento e suspendeu cirurgias eletivas ortopédicas e neurológicas. Este mês, a organização social SPDM, que administra o hospital, atrasou o salário dos funcionários. Sem dinheiro para passagem, muitos profissionais deixaram de ir trabalhar. No último fim de semana, quatro corpos ficaram no expurgo da sala vermelha e só foram liberados na segunda-feira à tarde, porque não havia ninguém para fazer o trâmite. Os salários foram depositados na quinta-feira.
Nesta quinta-feira, uma enfermeira relatou ao EXTRA que pacientes graves acabam morrendo sem que ninguém perceba porque os monitores cardíacos não funcionam adequadamente.

sexta-feira, 6 de julho de 2018


Assessora citada por prefeito em reunião secreta vira meme na internet

Por: Aline Macedo em 06/07/18 11:08



Meme com o nome da poderosa assessora de Crivella
Meme com o nome da poderosa assessora de Crivella
A "assessora mágica" de Marcelo Crivella (PRB), Márcia, caiu no gosto dos internautas.
Em uma reunião (quase) secreta no Palácio da Cidade, o prefeito deu o telefone da moça a pastores e líderes religiosos, dizendo que ela poderia resolver vários problemas, inclusive acelerar os trâmites para cirurgias de varizes e catarata.
Com tantas utilidades assim, a assessora já virou meme — até mesmo funcionária daquele posto onde, segundo a propaganda, se encontra de tudo.

Piada com a assessora de Crivella capaz de dar um encaminhamento rápido para cirurgias de catarata
Piada com a assessora de Crivella capaz de dar um encaminhamento rápido para cirurgias de catarata
A propaganda de posto de gasolina deu origem a mais um meme
A propaganda de posto de gasolina deu origem a mais um meme

Até mesmo o velho meme com a capa de um disco antigo de Chico Buarque foi reciclado para a brincadeira.

Até o velho meme de Chico Buarque entrou na brincadeira
Até o velho meme de Chico Buarque entrou na brincadeira

E deve ser isso mesmo, já que o prefeito não economizou nos elogios:
"Na prefeitura, estamos fazendo mutirão da catarata. A Márcia trabalha comigo há quinze anos. Ela conhece os diretores de toda a rede federal, Ipanema, Lagoa, Andaraí, Bonsucesso, do Fundão, ela conhece os diretores de todos os hospitais da rede municipal que eu já apresentei a ela, que já vieram e almoçaram conosco, de maneira que ela me representa em todos esses setores, Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço, Salgado, Piedade e por aí afora. Nós estamos fazendo o mutirão da catarata. Contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, se os irmãos conhecerem alguém, por favor falem com a Márcia. É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar, e daqui a uma semana ou duas eles estão operando".

Peculato é o fato do funcionário público que, em razão do cargo, tem a posse de coisa móvel pertencente à administração pública ou sob a guarda desta (a qualquer título), e dela se apropria, ou a distrai do seu destino, em proveito próprio ou de outrem.
O Art. 312 do Código Penal Brasileiro tipifica o peculato como "apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio". Além de, não tendo a posse, mas valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo, subtrai-o ou concorre para que seja subtraído em proveito próprio ou para alheio.

Modalidades

Três são as modalidades:
  • Peculato-apropriação, o funcionário público se apropria do dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular de que tem o agente a posse em razão do cargo;
  • Peculato-desvio, o funcionário público aplica ao objeto material destino diverso que lhe foi determinado, em benefício próprio ou de outrem;
  • Peculato-furto, o funcionário público não tem a posse do objeto material e o subtrai, ou concorre para que outro o subtraia, em proveito próprio ou alheio, por causa da facilidade proporcionada em razão do cargo.

Pena

De acordo com o Art. 312 do Código Penal Brasileiro, na forma dolosa o peculato resulta em reclusão, de dois a doze anos, e multa. Em sua forma culposa, detenção, de três meses a um ano, sendo que nesta modalidade, a reparação do dano pode extinguir a punibilidade, ou reduzir a pena, de acordo com o caso.[4]
O Art. 375 Código Penal Português define de maneira semelhante o crime de Peculato e faz-lhe aplicar, genericamente, uma pena de 1 a 8 anos de prisão.

Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI) pode ser padrasto dos cofres

Por: Berenice Seara em 06/07/18 11:50  
O Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara dos Vereadores
O Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara dos Vereadores Foto: Michel Filho / Agência O Globo
Só que não sempre — nem para todo mundo.
Há casos em que, depois de aposentado, o servidor é... nomeado para o mesmo cargo.
No Diário Oficial (DO) de ontem, por exemplo, a servidora recém-aposentada Tania Mara Martínez de Almeida foi exonerada do cargo de secretária-geral da Mesa Diretora.
Em seguida, e no mesmo DO, foi recontratada.
Agora, a matrícula começa com 15, como os aposentados.

Somatório

Ou seja, a moça recebeu todas as regalias previstas no PAI para se aposentar.
Mas, ao ser de novo nomeada, continuará com o cargo comissionado e todos os benefícios.

A lupa

O Ministério Público já está de olho no esquema.

Vereadores do Rio preparam reação a reunião de Crivella com líderes religiosos

Por: Aline Macedo em 06/07/18 12:55  
O prefeito Marcelo Crivella (PRB)
O prefeito Marcelo Crivella (PRB) Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
A divulgação da reunião (quase) secreta entre o prefeito Marcelo Crivella (PRB) e líderes religiosos, no Palácio da Cidade, na quarta-feira (4), já surtiu efeito na Câmara.
Na própria quinta-feira (5), o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) preparou uma representação ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pela quebra do princípio da laicidade do Estado e da impessoalidade na gestão da máquina pública, com favorecimento de determinada instituição religiosa.
Além disso, o moço também fez uma denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral contra o ex-secretário e atual pré-candidato Rubens Teixeira (PRB) e contra Crivella, por utilização do Palácio da Cidade para campanha política, abuso de poder político e, além de tudo, queimando a largada do prazo legal.
Em outra frente, a bélica Teresa Bergher (PSDB), que, no começo da atual gestão, esteve na cadeira hoje ocupada por João Mendes de Jesus (PRB), já começou a redigir um requerimento para instalar uma CPI sobre o assunto.
"É um golpe contra a cidade do Rio de Janeiro. O prefeito disse claramente que está se aproveitando do cargo para beneficiar igrejas evangélicas. É caso para impeachment", diz a tucana.
Vale lembrar que a oposição à Prefeitura do Rio é minoria na Câmara. Por outro lado, Crivella nunca teve um relacionamento estreito com os vereadores, e a situação tende a piorar caso o demissionário Paulo Messina deixe mesmo a Casa Civil.
Durante o encontro, o alcaide ofereceu ajuda a pastores e líderes de igrejas que tenham problemas com IPTU em seus templos ou que queiram angariar fiéis que necessitem de cirurgias de catarata e varizes.

O caixa do Rio está saindo da UTI: arrecadação de impostos sobe em 2018

Por: Berenice Seara em 



O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB)
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB) Foto: Armando Paiva/Raw Image / Agência O Globo / Agência O Globo
Um estudo básico sobre a arrecadação do município do Rio revela que os recursos provenientes do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) aumentaram 9% no primeiro semestre — em comparação com o mesmo período do ano passado.
O recolhimento do Imposto sobre Seviços (ISS) subiu 4%; e o do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), impressionantes 22%.
A Fonte 100 — o nome técnico para os recursos que podem ser usados para pagar qualquer tipo de despesa — aumentou 4%.
Já as receitas que têm as chamadas despesas vinculadas (SUS, Fundeb, entre outras) aumentaram 8%.
Foram R$ 736 milhões a mais.
E já descontada a inflação.

É hora!

O vereador Paulo Pinheiro (PSOL), autor do estudo comparativo, diz que a matemática comprova: os contribuintes cariocas têm feito a sua parte — ou seja, estão pagando os tributos municipais direitinho.
Será que já dá para a prefeitura, enfim, cuidar das pessoas?


Já resolveram o problema de toda a população? já não tem mais ninguém na fila esperando por uma cirurgia ao longo desses anos?







A fila do desamparo na rede municipal

Sistema de marcação de consultas e exames tem 134 mil pacientes. Há casos em que espera por atendimento passa de um ano

POR VERA ARAÚJO E RAYANDERSON GUERRA

08/01/2017 4:30 / atualizado 24/01/2017 8:25

Sensação de abandono. 
O casal Fernando Filho, de 69, e Maria Célia Magalhães, de 67: 
com problemas de visão, os dois aguardam há quase um ano a vez de finalmente fazerem exames oftalmológicos numa unidade do município 

Guito Moreto/Agência O Globo

RIO — A gentileza de acompanhar um visitante no caminho de sua casa, numa favela do subúrbio do Rio, até um ponto de ônibus passou a ser uma tarefa das mais espinhosas para o aposentado Raimundo de Assis Alves, de 59 anos. Sem a visão do olho direito e com a do esquerdo prejudicada, ele tenta desviar dos obstáculos na rua, inclusive barricadas do tráfico, mas nem sempre se livra de dar topadas. A maior barreira que ele enfrenta, no entanto, é conseguir marcar uma consulta com um especialista na rede municipal de saúde, para saber finalmente qual o seu problema. Desde maio, quando procurou uma clínica da família e descobriu que teria de ser atendido por um oftalmologista, o aposentado espera por uma vaga. Enquanto isso, sua visão piora progressivamente.
O problema é que, na clínica, Raimundo foi, assim como qualquer outro doente, colocado numa fila virtual, do Sistema de Regulação (Sisreg) do município, que automaticamente procura vagas e marca consultas e exames em outras unidades da rede. Atualmente, há 134 mil pessoas à espera de serem chamadas. No caso do aposentado, ele está entre 28.035 pacientes aguardando um agendamento para um oftalmologista. Em todas as especialidades médicas, esse número chega a 53.550. Já a fila por exames reúne 25.087. Em muitos casos, a espera pode passar de um ano.
Depois da oftalmologia — que tem a maior procura e atende pacientes com doenças como catarata e glaucoma —, as especialidades com mais gente à espera de consulta são: urologia (6.832), odontologia (3.795), cirurgia geral (para casos de suspeita de hérnia inguinal, 3.295) e ginecologia (para fazer laqueadura, 3.184). No caso dos exames, as quatro maiores filas são para ecocardiografia transtorácica (6.528), endoscopia digestiva (4.279), doppler venoso (3.633) e ultrassonografia transvaginal (2.757).
SECRETÁRIO ELABORA PLANO
De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o tempo médio de espera por uma consulta com um cirurgião para operar uma hérnia, por exemplo, é de 123 dias. No caso da oftalmologia, há pacientes aguardando há quase um ano.
O novo secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo de Mattos, prepara um plano para tentar reduzir as filas do Sisreg. Em seu primeiro dia à frente da prefeitura, o prefeito Marcelo Crivella determinou a elaboração desse projeto no prazo de 30 dias. Segundo o secretário, entre as estratégias que pretende adotar estão o gerenciamento do espaço e do tempo nas unidades municipais para atender melhor a demanda por consultas e exames; a integração entre município, estado e União (incluindo os hospitais universitários), criando finalmente uma central de regulação única; e a convocação de prestadores de serviço que cobrem pela tabela do SUS.
Também está previsto um acordo com operadoras de planos de saúde que tenham dívidas de ISS com a prefeitura (segundo Crivella, esse montante chega a R$ 500 milhões). A ideia é que essas empresas atendam, em hospitais particulares, pacientes que estejam na fila e descontem o valor dos seus débitos.
— É muito mais do que um mutirão. Trata-se de um plano para ordenar a regulação de consultas, exames, outros procedimentos e leitos no município. O mutirão poderia reduzir a fila de espera por um momento, mas os cariocas querem um atendimento que seja bem planejado, duradouro e eficiente. Não dá para esperar mais tempo pela implantação de uma central única de regulação. Vou, inclusive, discutir o assunto com o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Essa fila virtual é perigosa e perversa, porque ninguém a vê, mas todos sabem que ela existe por conta das reclamações dos usuários da rede pública — disse Carlos Eduardo.
Segundo o secretário, em média, 10.594 pessoas procuram mensalmente o serviço de oftalmologia para ter sua primeira consulta. Porém, o município só tem capacidade para atender 6.344 no mesmo período. Isso significa dizer que, todo mês, 4.250 pessoas não conseguem ver um médico.
Se o paciente finalmente é atendido e encaminhado para uma cirurgia, sai do Sisreg, mas enfrenta outro problema: as filas de cada unidade da rede municipal. Há hospitais, como o da Piedade, por exemplo, onde 240 pacientes aguardam uma operação de catarata e 48, de glaucoma. Existe fila ainda para extração de cálculos renais, com 70 pacientes. No Hospital Municipal Jesus, em Vila Isabel, especializado em doenças infantis, há uma demanda por 120 cirurgias pediátricas.
A ideia do secretário é ampliar o horário de uso de todos centros cirúrgicos da rede. Atualmente, eles têm procedimentos apenas nos dias úteis, até as 15h. Passariam a funcionar até a noite e também nos fins de semana.
Esperando há oito meses por uma consulta, o aposentado Raimundo de Assis não sabe se, quando for atendido, seu problema terá solução:
— Estou com a minha vida limitada. Antes, eu era orador da minha igreja (ele é católico). Agora, dependo da minha mulher até para buscar o dinheiro da minha aposentadoria no Centro.
O mesmo drama enfrentam Maria Célia Magalhães, de 67 anos, e Fernando Filho, de 69. O casal, morador de Vila Isabel, está com problemas de visão e aguarda a vez de fazer exames oftalmológicos pelo Sisreg há quase um ano. No caso de Maria, cinco verrugas em suas pálpebras aumentam ainda mais seu desconforto.
— Os médicos da clínica da família estiveram na minha casa há três meses e disseram que, finalmente, eu conseguiria fazer os exames e agendar a cirurgia. Mas isso aconteceu há três meses! — reclamou a dona de casa.
“CHEGUEI A ME AJOELHAR”
Há três anos, o marido de Maria sofreu um descolamento da retina no olho esquerdo. Em 2016, descobriu que o direito está com catarata e necessita de uma cirurgia. Ele já tem dificuldade para reconhecer parentes.
— O que me parece é que estamos abandonados. Não recebemos informações claras. Estão empurrando o problema com a barriga — lamentou.
Moradora de Jacarepaguá, a dona de casa Juci Medeiros, de 60 anos, espera desde março de 2016 pela marcação de uma endoscopia. Desesperada, um dia foi a um posto de saúde em seu bairro em busca de uma definição:
— Cheguei a me ajoelhar, implorando pela marcação do exame, mas não adiantou — disse ela.
Os ministérios públicos federal e estadual vêm acompanhando o problema desde o ano passado, se reunindo com representantes das três esferas de governo. Segundo a coordenadora da área de saúde do MP do estado, a promotora Denise Vidal, um sistema único de regulação, controlado por secretarias municipal e estadual, seria a solução. Atualmente, segundo Denise, cada ente da federação regula suas consultas e internações:
— O resultado desse sistema onde cada um cuida de seus hospitais nós já conhecemos. Na maioria dos casos, quando o paciente que está na fila consegue ser atendido, o tratamento acaba não tendo a eficácia necessária. Um doente de câncer, por exemplo, se houver demora no atendimento, pode até ir a óbito.



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quarta-feira, 4 de julho de 2018

quem está mentindo, o atual Prefeito Crivella ou o ex-Prefeito Eduardo Paes?

 Resultado de imagem para ONDE ESTA A MENTIRA

SR. PAULO PINHEIRO – Senhor Presidente, estamos aqui no final do primeiro semestre. Estamos nesse período de Copa do Mundo e todo mundo quer saber do Neymar, mas várias noticias complicadas estão aparecendo. A crise que a Prefeitura está enfrentando em relação ao Porto Maravilha, a questão da falta de recursos e eu queria que os vereadores ouvissem essa avaliação, que é avaliação final do primeiro semestre da receita da Prefeitura.
O Tribunal de Contas apresentou um levantamento muito estranho. Ele se coloca contrariamente à posição da Controladoria do Município. Este diz uma coisa, e aquele diz outra completamente diferente.
Estamos diante de um samba complicado, mas analisamos para colocar na discussão, na cabeça dos vereadores, qual foi o levantamento orçamentário de 30 de junho. No primeiro semestre de 2018, a receita da Prefeitura cresceu mais de R$ 1 bilhão em relação ao mesmo período do ano anterior. Descontada a inflação, o aumento real verificado foi de R$ 736 milhões ou 6% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
A Fonte 100, que representa os recursos desvinculados – que são de uso discricionário do gestor público – também obteve aumento, embora mais discreto, da ordem de R$ 487 bilhões. Em termos reais, esse aumento foi de R$ 312 milhões, representando o aumento no poder de gastos discricionários da Prefeitura de 4%. Esse aumento se deveu principalmente ao IPTU, que no período, rendeu à Prefeitura R$ 208 milhões a mais do que no primeiro semestre de 2017. Descontada a inflação, o aumento do IPTU foi de R$ 168 milhões ou 9% a mais, respondendo por mais da metade do aumento verificado da Fonte 100.
O ISS apresentou um discreto aumento de R$ 150 milhões, em termos reais; 4% a mais do que o valor arrecadado no primeiro semestre de 2017. Já o ITBI verificou um grande aumento de 22%, no entanto, representa apenas R$ 67 milhões a mais para a Prefeitura. Desse modo, entende-se que tais receitas tributárias foram responsáveis pelo aumento da Fonte 100. As demais receitas que contribuem para a Fonte 100 sofreram uma discreta queda em quase R$ 8 milhões.
Sobre as receitas vinculadas, verificou-se um aumento de R$ 424 milhões, em termos reais um aumento de 8%. Portanto, precisamos ter muito cuidado com as posições colocadas pela Prefeitura. Os dados mostram que houve aumento, algum tipo de aumento na receita da Prefeitura.
Ouvimos que a Prefeitura deixou de pagar parte da renda familiar, da renda do Bolsa Família Carioca. Ouvimos falar das dificuldades de outros pagamentos da Prefeitura. Nas unidades de saúde, estamos vendo o mesmo problema que no ano passado. A rede de saúde tem como certo o mês de agosto como o fim da reserva para pagamento.
Hoje, na rede de saúde, servidores da segurança, servidores da alimentação, servidores terceirizados, contratados pela Prefeitura, estão todos com três meses de salários atrasados. Portanto, alguma coisa de errado está entre o discurso do Prefeito Crivella e a realidade que está acontecendo.
Como vamos ficar quase 30 dias sem ter o microfone para discutir, é preciso que a Prefeitura entenda e tenha mais responsabilidade em trazer as informações para nós, e que nós, vereadores, mesmo em recesso, tenhamos o cuidado de continuar fiscalizando o que a Prefeitura diz que é a realidade e aquilo que vemos que não é. Parece que os discursos da Prefeitura estão um pouco deslocados da realidade. Aqui para a Casa, é preciso entender o que aconteceu: o Prefeito Crivella apresentou anteontem um discurso muito bonito, me lembrei de quando era criança assistindo ao padre, na igreja, falar o que acontecia no mundo de hoje. O Prefeito Crivella diz que foi destruído pelo ex-Prefeito Eduardo Paes. Eu queria que os vereadores ouvissem esse discurso e entendessem o que está acontecendo: quem está mentindo, o atual Prefeito Crivella ou o ex-Prefeito Eduardo Paes?
Muito obrigado