Discurso - Vereador David Miranda -
Texto do Discurso
O SR. DAVID MIRANDA – Boa tarde a todos e todas presentes nesta Casa e aos que estão assistindo de suas casas e pela internet.
Hoje venho falar com vocês sobre o meu descontentamento com a política em nosso País, em nosso Estado e em nosso Município. Vai fazer uma semana que vimos mais um escândalo, mais um áudio vazado desse Governo. Tivemos esse áudio vazado da conversa do Perrella com Aécio, confirmando que ele é um traficante. E até agora esses caras não estão presos.
Enquanto isso, Rafael Braga está na prisão. Enquanto isso, continuamos vivendo num País em que a política é para os grandes empresários e para a grande mídia. Continuamos vivendo num País em que o cidadão da periferia, da favela, olha para esse cenário onde nós estamos, olha para esta Casa, olha para o Congresso e olha para esse panorama inteiro e pensa que todos nós somos iguais. Que eu sou um Aécio, que eu sou um Perrella. Que eu sou um traficante, que eu sou um corrupto.
A sensação e o peso de ser comparado com esses políticos – e tem alguns aqui também dentro desta Casa – são horríveis. Eu entrei na política por paixão. Eu entrei na política porque é necessário ter novas vozes. Eu entrei na política porque precisamos de mudança. Acabamos de ter uma ruptura muito grande dentro da democracia em nosso Estado de Direito. Estamos perdendo a cada dia e eu tenho medo. Medo da falta de diálogo, o qual não existe mais hoje.
Estão criando lados e as pessoas estão ficando atrás de trincheiras, em cima de seus próprios ideais, que não vão além de suas próprias casas, seus trabalhos, suas empresas.
Preocupa-me viver em uma Nação onde as pessoas querem estar do lado certo sempre. E qual é o lado certo? O lado certo seria o lado da democracia. Nós somos uma jovem democracia. Falam agora abertamente que, se fizermos um plebiscito, vai mudar a Constituição. Esse argumento de que a Constituição é um papel imutável, que não pode ser modificado, cai por terra, se todo mundo aqui começar a prestar atenção exatamente no que está acontecendo.
Eles estão mudando a Constituição com as novas leis trabalhistas. Eles estão mudando a Constituição quando estão votando a reforma da Previdência. Eles já estão mudando a Constituição. Utilizar esse argumento de que nós vamos modificar a Constituição por pedir eleições gerais, para limpar esse Congresso... Eleição geral, em todos os níveis. Para vereador, para prefeito, para deputado estadual, para deputado federal, para senador, para governador, para presidente.
Que nós possamos devolver ao povo a mínima chance de ter um pouco mais de esperança de que eles possam chegar lá e ter uma decisão de novo. Mas que, dessa vez, eles possam olhar para um programa de governo e entender que esse programa tem que contemplar toda a população, toda a diversidade da população, não só o grande empresariado.
Os grandes empresários são importantes para a estrutura do nosso País? Sem sombra de dúvida. Nós precisamos deles. Mas nós temos que voltar a olhar para o pequeno e médio empresário. É ele que dá a fundação do nosso País, que trabalha com as camadas da população, que emprega mais. O grande empresário visa só a uma parte: a maximização do lucro do produto. Nós sabemos isso.
O que a gente busca? As pessoas falam do nosso partido, do PSOL, que é o socialismo igual à Venezuela, que é igual a Cuba. Nós procuramos uma forma em que a distribuição de renda possa ser mais igualitária. Nós não queremos quebrar a democracia que a gente tem no País. Não é isso que queremos. Queremos instalar um sistema e começarmos com ele. Não é que, se chegarmos agora à Presidência, vamos fazer uma quebra, uma ruptura do que existe no País. Nós queremos que se comece uma nova consciência, que os pequenos e médios empresários possam pensar que o produto final não é a coisa mais importante da sua empresa; e sim as pessoas que ali trabalham.
Que possamos pensar que as pessoas que não têm acesso à saúde, à educação de qualidade possam passar a ter. É uma sociedade em que a violência não fique só dentro das favelas, mas que ela seja combatida de forma igual. Não só na Zona Sul, não só quando dá tiro perto da PUC e os alunos de lá ficam aterrorizados quando acontece uma vez. E o povo da favela? E o povo que está morrendo agora, todos os dias, na favela, por bala perdida? Esse povo não é desta Cidade? Esse povo que sofre pegando três ou quatro horas de ônibus para chegar aqui. Esse povo que está sofrendo com a terceirização que chegou para eles há mais de 10 anos.
Vemos nos corredores desta Casa. A terceirização já chegou aqui há muito tempo. Essa galera não está fazendo esse debate. Essa galera não está nem pensando nisso. É a classe média, agora, que vai começar a sofrer. A classe média é que vai ter que levar nas costas essa luta, que vai ter que dialogar com a população mais pobre, das periferias. Se a classe média achar que ela vai conseguir peitar o grande empresariado – essa casta política corrupta do nosso País; a grande mídia, que fica a favor dessas reformas porque é beneficiada – a classe média está ferrada!
É inacreditável... Agora, querer fazer um movimento em que queremos ter uma movimentação de uma pequena classe, ganhar consciência..., tem várias frentes. Aqui neste Parlamento, temos que pensar não só as leis. Nesta semana, vimos a movimentação nas galerias. Eu vi vários colegas fazendo discurso, colegas que nunca falaram.
Acho maravilhoso ter um diálogo com a galeria cheia. Acho maravilhoso ter um diálogo com os outros vereadores, quando tem aquele debate aqui. Mas, eu não vejo esses mesmos vereadores entrarem nas pautas maiores desta Casa. Eu não vi todos aqueles vereadores quando houve os debates do Plano Municipal de Educação. Eu não vejo esses mesmos vereadores vindo aqui para falar sobre o Fundo da Guarda Municipal. O Fundo da Guarda Municipal – eu aviso a vocês – é uma manobra. É uma manobra que o Prefeito vai fazer nesta Casa, para armar a Guarda!
Eu vou alertar vocês. A PM vive num estado, agora, de decadência! Temos ótimos policiais no nosso Estado e na nossa Cidade. Mas a PM é corrupta! A qualquer um aqui eu pergunto: se for parado 4 horas da manhã, pela PM, numa estrada, sozinho, teria medo? Qualquer um! Nós temos medo da nossa polícia! A nossa polícia é corrupta!
Como se estrutura essa polícia? Ela recebe um salário desprezível, não tem um sistema que consiga dar segurança para esses funcionários do Estado. Como você melhora essa polícia, se ela tem que trabalhar 24 horas? Eu já ouvi relatos de que muitos têm que utilizar drogas para ficar acordado. E aí? Como se faz isso? Precisamos sentar como sociedade e começarmos a tomar responsabilidade por ela.
As pessoas que vieram na galeria esta semana tinham uma pauta. A pauta que elas queriam que passasse aqui na Casa. Passou. Acho ótimo, acho excelente! Temos que lutar! Eu tenho uma pauta que é uma das maiores que eu venho debater várias vezes na Casa. Eu debato, bastante, sobre os direitos LGBT. É uma coisa que me pega muito. Eu vejo a população que sofre e morre. Eu conheço, eu vivi isso. Mas, eu também trabalho com a juventude, com a educação, com as periferias.
Tem muito trabalho que eu não faço dentro desta Casa. E não preciso me vangloriar pelo trabalho que eu faço. Eu faço porque é necessário ser feito. Eu faço porque, se eu não fizer, o Estado não está metendo a mão para fazer! O Estado não está dando curso popular dentro da favela. O Estado não está fazendo, porque não é uma coisa que ele quer fazer!
Quando essa reforma vem lá de cima, tem uma cara. Eu já falei: são os grandes empresários, as grandes corporações de mídia do nosso País, a grande casta política. Esta semana, o Perrela afirmou que é traficante. Tinha o helicóptero dele com 400 kg de pasta de cocaína. Ele não está preso. Foro privilegiado. Corrupto privilegiado. Essa é a palavra. Políticos são sinônimos de corrupção no nosso País. Ser político no nosso País é uma merda. É difícil.
Entrar nesta Casa tem um peso enorme. Sentar na minha cadeira tem um peso enorme. Eu fui eleito com uma quantidade de votos. Eu carrego sonhos nas minhas costas de fazer mudança e é pesado demais.
Hoje venho falar com vocês sobre o meu descontentamento com a política em nosso País, em nosso Estado e em nosso Município. Vai fazer uma semana que vimos mais um escândalo, mais um áudio vazado desse Governo. Tivemos esse áudio vazado da conversa do Perrella com Aécio, confirmando que ele é um traficante. E até agora esses caras não estão presos.
Enquanto isso, Rafael Braga está na prisão. Enquanto isso, continuamos vivendo num País em que a política é para os grandes empresários e para a grande mídia. Continuamos vivendo num País em que o cidadão da periferia, da favela, olha para esse cenário onde nós estamos, olha para esta Casa, olha para o Congresso e olha para esse panorama inteiro e pensa que todos nós somos iguais. Que eu sou um Aécio, que eu sou um Perrella. Que eu sou um traficante, que eu sou um corrupto.
A sensação e o peso de ser comparado com esses políticos – e tem alguns aqui também dentro desta Casa – são horríveis. Eu entrei na política por paixão. Eu entrei na política porque é necessário ter novas vozes. Eu entrei na política porque precisamos de mudança. Acabamos de ter uma ruptura muito grande dentro da democracia em nosso Estado de Direito. Estamos perdendo a cada dia e eu tenho medo. Medo da falta de diálogo, o qual não existe mais hoje.
Estão criando lados e as pessoas estão ficando atrás de trincheiras, em cima de seus próprios ideais, que não vão além de suas próprias casas, seus trabalhos, suas empresas.
Preocupa-me viver em uma Nação onde as pessoas querem estar do lado certo sempre. E qual é o lado certo? O lado certo seria o lado da democracia. Nós somos uma jovem democracia. Falam agora abertamente que, se fizermos um plebiscito, vai mudar a Constituição. Esse argumento de que a Constituição é um papel imutável, que não pode ser modificado, cai por terra, se todo mundo aqui começar a prestar atenção exatamente no que está acontecendo.
Eles estão mudando a Constituição com as novas leis trabalhistas. Eles estão mudando a Constituição quando estão votando a reforma da Previdência. Eles já estão mudando a Constituição. Utilizar esse argumento de que nós vamos modificar a Constituição por pedir eleições gerais, para limpar esse Congresso... Eleição geral, em todos os níveis. Para vereador, para prefeito, para deputado estadual, para deputado federal, para senador, para governador, para presidente.
Que nós possamos devolver ao povo a mínima chance de ter um pouco mais de esperança de que eles possam chegar lá e ter uma decisão de novo. Mas que, dessa vez, eles possam olhar para um programa de governo e entender que esse programa tem que contemplar toda a população, toda a diversidade da população, não só o grande empresariado.
Os grandes empresários são importantes para a estrutura do nosso País? Sem sombra de dúvida. Nós precisamos deles. Mas nós temos que voltar a olhar para o pequeno e médio empresário. É ele que dá a fundação do nosso País, que trabalha com as camadas da população, que emprega mais. O grande empresário visa só a uma parte: a maximização do lucro do produto. Nós sabemos isso.
O que a gente busca? As pessoas falam do nosso partido, do PSOL, que é o socialismo igual à Venezuela, que é igual a Cuba. Nós procuramos uma forma em que a distribuição de renda possa ser mais igualitária. Nós não queremos quebrar a democracia que a gente tem no País. Não é isso que queremos. Queremos instalar um sistema e começarmos com ele. Não é que, se chegarmos agora à Presidência, vamos fazer uma quebra, uma ruptura do que existe no País. Nós queremos que se comece uma nova consciência, que os pequenos e médios empresários possam pensar que o produto final não é a coisa mais importante da sua empresa; e sim as pessoas que ali trabalham.
Que possamos pensar que as pessoas que não têm acesso à saúde, à educação de qualidade possam passar a ter. É uma sociedade em que a violência não fique só dentro das favelas, mas que ela seja combatida de forma igual. Não só na Zona Sul, não só quando dá tiro perto da PUC e os alunos de lá ficam aterrorizados quando acontece uma vez. E o povo da favela? E o povo que está morrendo agora, todos os dias, na favela, por bala perdida? Esse povo não é desta Cidade? Esse povo que sofre pegando três ou quatro horas de ônibus para chegar aqui. Esse povo que está sofrendo com a terceirização que chegou para eles há mais de 10 anos.
Vemos nos corredores desta Casa. A terceirização já chegou aqui há muito tempo. Essa galera não está fazendo esse debate. Essa galera não está nem pensando nisso. É a classe média, agora, que vai começar a sofrer. A classe média é que vai ter que levar nas costas essa luta, que vai ter que dialogar com a população mais pobre, das periferias. Se a classe média achar que ela vai conseguir peitar o grande empresariado – essa casta política corrupta do nosso País; a grande mídia, que fica a favor dessas reformas porque é beneficiada – a classe média está ferrada!
É inacreditável... Agora, querer fazer um movimento em que queremos ter uma movimentação de uma pequena classe, ganhar consciência..., tem várias frentes. Aqui neste Parlamento, temos que pensar não só as leis. Nesta semana, vimos a movimentação nas galerias. Eu vi vários colegas fazendo discurso, colegas que nunca falaram.
Acho maravilhoso ter um diálogo com a galeria cheia. Acho maravilhoso ter um diálogo com os outros vereadores, quando tem aquele debate aqui. Mas, eu não vejo esses mesmos vereadores entrarem nas pautas maiores desta Casa. Eu não vi todos aqueles vereadores quando houve os debates do Plano Municipal de Educação. Eu não vejo esses mesmos vereadores vindo aqui para falar sobre o Fundo da Guarda Municipal. O Fundo da Guarda Municipal – eu aviso a vocês – é uma manobra. É uma manobra que o Prefeito vai fazer nesta Casa, para armar a Guarda!
Eu vou alertar vocês. A PM vive num estado, agora, de decadência! Temos ótimos policiais no nosso Estado e na nossa Cidade. Mas a PM é corrupta! A qualquer um aqui eu pergunto: se for parado 4 horas da manhã, pela PM, numa estrada, sozinho, teria medo? Qualquer um! Nós temos medo da nossa polícia! A nossa polícia é corrupta!
Como se estrutura essa polícia? Ela recebe um salário desprezível, não tem um sistema que consiga dar segurança para esses funcionários do Estado. Como você melhora essa polícia, se ela tem que trabalhar 24 horas? Eu já ouvi relatos de que muitos têm que utilizar drogas para ficar acordado. E aí? Como se faz isso? Precisamos sentar como sociedade e começarmos a tomar responsabilidade por ela.
As pessoas que vieram na galeria esta semana tinham uma pauta. A pauta que elas queriam que passasse aqui na Casa. Passou. Acho ótimo, acho excelente! Temos que lutar! Eu tenho uma pauta que é uma das maiores que eu venho debater várias vezes na Casa. Eu debato, bastante, sobre os direitos LGBT. É uma coisa que me pega muito. Eu vejo a população que sofre e morre. Eu conheço, eu vivi isso. Mas, eu também trabalho com a juventude, com a educação, com as periferias.
Tem muito trabalho que eu não faço dentro desta Casa. E não preciso me vangloriar pelo trabalho que eu faço. Eu faço porque é necessário ser feito. Eu faço porque, se eu não fizer, o Estado não está metendo a mão para fazer! O Estado não está dando curso popular dentro da favela. O Estado não está fazendo, porque não é uma coisa que ele quer fazer!
Quando essa reforma vem lá de cima, tem uma cara. Eu já falei: são os grandes empresários, as grandes corporações de mídia do nosso País, a grande casta política. Esta semana, o Perrela afirmou que é traficante. Tinha o helicóptero dele com 400 kg de pasta de cocaína. Ele não está preso. Foro privilegiado. Corrupto privilegiado. Essa é a palavra. Políticos são sinônimos de corrupção no nosso País. Ser político no nosso País é uma merda. É difícil.
Entrar nesta Casa tem um peso enorme. Sentar na minha cadeira tem um peso enorme. Eu fui eleito com uma quantidade de votos. Eu carrego sonhos nas minhas costas de fazer mudança e é pesado demais.
É muito difícil ter que carregar os sonhos das pessoas. Por várias vezes, eu chego a casa sem vontade de fazer mais nada. Fico deitado, cansado, reclamo, tenho bebido até um pouco mais do que da conta. É a realidade. Nós até brincamos de falar que a conjuntura nos faz beber. Voltei até a fumar. É pesado, é pesado, é pesado.
Se nós não começarmos, dentro desta Casa, a olhar para os corruptos que estão aqui, se nós não utilizarmos este espaço para falar dos corruptos que estão no Estado, que estão na polícia, que estão em vários lugares, se não apontarmos o dedo para eles, se não exemplificarmos o que eles estão fazendo, se nós mesmos não tomarmos ações para modificar a nossa sociedade, nós somos tão culpados quanto eles.
Estar nessa posição falando com vocês, com muita gente não escutando, mas tem gente que escuta. Eu vejo, elas falam comigo no corredor. É por essas pessoas que estamos aqui. É por aquelas pessoas que estão morrendo na periferia. É por leis que beneficiam aqueles que nunca foram beneficiados na sociedade que estamos aqui. Nós somos do PSOL. Nós temos orgulho, sim, do nosso partido e de não estarmos nos esquemas de corrupção. Nós temos orgulho, sim, de fazer parte do partido que, aqui no Rio de Janeiro, mostrou que tinha uma solução.
O Marcelo Freixo veio à frente disso com 11 segundos na televisão. Nós fomos, sem aliança, ao 2º turno. Nós fomos ao 2º turno e fizemos uma campanha belíssima com a população da Cidade do Rio de Janeiro. Fizemos. Não ganhamos, porque a velha casta corrupta desta Cidade se juntou todinha do outro lado. Foram “Cabrais”, “Piccianis” e todos eles, de um outro lado, no palanque com o nosso Prefeito. Nós, do outro lado, nas praças, nas ruas com a população.
É fácil, para mim, bater no peito e falar que sou do PSOL, que eu defendo direitos humanos. Porque eu defendo direito para todos. Caso contrário, será a barbárie na nossa sociedade – que já acontece nas periferias, com o pobre, com o jovem negro. Cerca de 40% da população carcerária do nosso País não foi a julgamento. As leis neste País servem para proteger os homens brancos, de colarinho, no Congresso. Não servem para proteger a população deste País.
No dia que o povo da favela descer e tomar as ruas, quebrar este lugar aqui e incendiar o Congresso Nacional, nós vamos ter uma democracia de verdade.
Muito obrigado.
Se nós não começarmos, dentro desta Casa, a olhar para os corruptos que estão aqui, se nós não utilizarmos este espaço para falar dos corruptos que estão no Estado, que estão na polícia, que estão em vários lugares, se não apontarmos o dedo para eles, se não exemplificarmos o que eles estão fazendo, se nós mesmos não tomarmos ações para modificar a nossa sociedade, nós somos tão culpados quanto eles.
Estar nessa posição falando com vocês, com muita gente não escutando, mas tem gente que escuta. Eu vejo, elas falam comigo no corredor. É por essas pessoas que estamos aqui. É por aquelas pessoas que estão morrendo na periferia. É por leis que beneficiam aqueles que nunca foram beneficiados na sociedade que estamos aqui. Nós somos do PSOL. Nós temos orgulho, sim, do nosso partido e de não estarmos nos esquemas de corrupção. Nós temos orgulho, sim, de fazer parte do partido que, aqui no Rio de Janeiro, mostrou que tinha uma solução.
O Marcelo Freixo veio à frente disso com 11 segundos na televisão. Nós fomos, sem aliança, ao 2º turno. Nós fomos ao 2º turno e fizemos uma campanha belíssima com a população da Cidade do Rio de Janeiro. Fizemos. Não ganhamos, porque a velha casta corrupta desta Cidade se juntou todinha do outro lado. Foram “Cabrais”, “Piccianis” e todos eles, de um outro lado, no palanque com o nosso Prefeito. Nós, do outro lado, nas praças, nas ruas com a população.
É fácil, para mim, bater no peito e falar que sou do PSOL, que eu defendo direitos humanos. Porque eu defendo direito para todos. Caso contrário, será a barbárie na nossa sociedade – que já acontece nas periferias, com o pobre, com o jovem negro. Cerca de 40% da população carcerária do nosso País não foi a julgamento. As leis neste País servem para proteger os homens brancos, de colarinho, no Congresso. Não servem para proteger a população deste País.
No dia que o povo da favela descer e tomar as ruas, quebrar este lugar aqui e incendiar o Congresso Nacional, nós vamos ter uma democracia de verdade.
Muito obrigado.
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