PELOS NOSSOS DIREITOS! HOJE MUITOS ESTÃO TRABALHANDO, MAS AMANHÃ, PODERÃO ESTAR APOSENTADOS. A LUTA

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quarta-feira, 6 de março de 2019

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Discurso - Vereador Jones Moura -
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Texto do Discurso
O SR. JONES MOURA – Obrigado, Presidente.
Presidente e toda nossa Casa Legislativa da Cidade do Rio de Janeiro, o que me traz aqui, hoje, são as declarações de Sérgio Cabral, dadas a toda imprensa, a toda a população do Estado do Rio de Janeiro e também a toda nação brasileira. O que Sérgio Cabral fez conosco foi um crime sem precedentes, do qual jamais vamos nos esquecer quando falamos de roubo e de corrupção no nosso Brasil.
Sérgio Cabral se diz aliviado. Enfim, está agora podendo descansar na sua cela com muita tranquilidade, porque está aliviado, mas não aqueles que morreram nos hospitais públicos por falta de estrutura, logística e medicamentos! Como dizer para aqueles familiares, que assistiram a seus entes queridos morrerem, que eles também podem ficar aliviados? Como dizer isso aos policiais que morreram por falta de estrutura, logística, equipamentos e viaturas? Ele destruiu a Polícia Militar e a Polícia Civil e o Departamento Geral de Ações Socioeducativas, destruiu o Sistema Penitenciário. Como dizer a essas pessoas que elas também poderão ficar aliviadas?
Pedi a minha assessoria para que colocasse aqui alguns pontos de desastre e pontos de impacto com a sociedade. Servidores estaduais receberam salários atrasados durante 16 meses seguidos, entre 2017 e 2018. No dia 12 de janeiro do ano passado, Pezão emitiu uma nota a imprensa dizendo: “peço desculpas aos servidores pelos transtornos causados”. Pezão, você era conivente, fazia parte da quadrilha! Seu pedido de desculpas provavelmente deve aliviar um pouco, não é? Tivemos relatos de que alguns servidores se suicidaram, outros tiveram problemas cardíacos, outros morreram, sofreram problemas psicológicos, estão pela psiquiatria.
Olha aqui outra nota: “professores estaduais fizeram greve em 2013, 2014, 2016”, sendo que em 2016 foram cinco meses seguidos, e olha que ainda tiveram seus salários descontados. Falta de dignidade!
Estou falando aqui da Câmara Municipal da Cidade do Rio de Janeiro. Tenho certeza de que muitos moradores do Estado do Rio de Janeiro, inclusive de todo o Brasil, gostariam de ter a oportunidade de ter voz nessa hora e de falar para quem escute. Quero aqui poder fazer isso, Presidente. Quero aqui poder falar da Tribuna e ir aos jornais e televisão para poder ser a voz das pessoas que sofreram e morreram nas mãos desse miserável e corrupto que tivemos no Estado do Rio de Janeiro, talvez um dos maiores de todo o Brasil.
Minha irmã é professora de Português e Literatura. Estudou com muita dificuldade pagando sua faculdade, é intelectualizada, dá aulas para crianças e adolescentes no Estado, ganha um salário de R$ 1.179,00 – há seis anos, há seis anos que ela percebe esse salário!
No início de 2018, cerca da metade das viaturas da Polícia Militar estava sucateada ou parada.
Em 2012, os bombeiros fizeram greve por aumento salarial, e 13 deles foram expulsos pelo desespero em que se encontravam, nas suas condições trabalhistas e pelas suas famílias, bombeiros que em 2013 também se incorporaram a esse manifesto – policiais civis, agentes do DEGASE e da SEAP.
Olhem outro relato: No final de 2017, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Zona Norte, a situação estava tão grave que uma paciente morreu na fila de espera por uma tomografia. Ela ficou internada 36 dias e não tinha uma tomografia – e morreu! Só que tem um detalhe: eu estou falando aqui de um caso. Quantos mais existem?
Eu não sei, Presidente, nós vamos colocar esses vídeos em que nós estamos aqui não somente desabafando, mas também cobrando de entidades que deveriam fiscalizar. Onde estavam essas entidades por 11 anos? Porque, desde 2008, havia essas roubalheiras no Estado do Rio de Janeiro. Onde estavam Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado, os deputados estaduais? Será possível que não chegou uma denúncia a ser investigada? Esse homem cruel era mágico, sucateando, saqueando o Estado, e ninguém percebia nada disso.
Em julho de 2017, o cabo da Polícia Militar – olhem aí a família, este vídeo vai chegar circulando por aí, o Policial Militar Bruno Santos morreu trocando tiros com bandidos, só que seu fuzil falhava, não funcionava. Busquem essas informações nas redes sociais, ele morreu com um tiro na cabeça.
Aí, eu volto ao início do meu discurso aqui, que Sérgio Cabral se diz aliviado. Agora, para ele está tudo bem, mas não está tudo bem para esse policial que morreu e familiares dele, não está tudo bem para a população que assistiu os seus entes queridos morrerem no hospital porque não tinha recursos, não está tudo bem para uma sociedade que paga um dos mais altos impostos do mundo e não consegue colocar pão dentro de casa, educar seus filhos.
Nós temos greve de professores, sucateamento das escolas, e de 2007 para cá, 11 anos se passaram. E aí, eu digo que, hoje, nós temos uma herança maldita, uma herança de uma sociedade que não tem condições, esses jovens, que antes eram crianças e hoje adultos, de tentarem um vestibular numa faculdade, de tentarem um concurso público para terem dignidade, porque nós temos uma sociedade arrebentada e vítima do legado desse homem cruel, corrupto, bandido, miserável, que era Sérgio Cabral – mas tem mais, Presidente, porque não era só Sérgio Cabral não. Ele começou a vomitar nomes, e aí começou a falar nomes de muita gente envolvida, que fazia parte dessa quadrilha.
Então, na minha visão, ele falou 1% dos nomes, porque um camarada que não era mágico conseguir roubar o que roubou! Só para o exterior enviou R$ 100 milhões, sem ninguém saber?! Deveria ter a conivência de, pelo menos, umas 800 pessoas! Sérgio Cabral precisa dar os nomes, e sabe para que dar os nomes? Não é para que nós venhamos a ficar aliviados, porque tem gente que vai pagar pena, porque a pena de reclusão, a pena de encarceramento é pouco para quem mata pessoas como ele matou, que poderíamos, quem sabe, comprar a Mussolini e a Hitler.
Nós precisamos conseguir resgatar esses haveres para os cofres do Estado do Rio de Janeiro. Eu gostaria de poder ouvir do filho de Sérgio Cabral algumas palavras do tipo: “População, eu quero, Ministério Público e Justiça, devolver os bens da minha família, porque são frutos do roubo e da morte de muita gente”. Eu gostaria de ouvir da esposa de Sérgio Cabral: “Família, nossas mansões, casas de praia, carros importados, as joias, que tiveram envolvimento da empresa H. Stern, os quadros, vamos devolver”. É isso que pode deixar a população aliviada. Dá os nomes, Sérgio Cabral, porque é dando os nomes que a Justiça vai conseguir trazer de volta o dinheiro da nossa sociedade.
Pedi à minha assessoria também para levantar rapidamente alguns dados. Peço perdão, porque devem ter infinitos números que jamais vamos conseguir entender como trazer de volta para nossa sociedade. Cabral roubava desde 2008 e tinha US$ 100 milhões em contas no exterior. Eike Batista teria pagado US$ 16 milhões em caixa 2. Cabral tirava 3% das licitações da Secretaria de Saúde, e o ex-secretário Sérgio Cortes ficava com 2%. Ele vomitou que todas as empreiteiras fraudaram licitações.
Presidente, para superfaturar os valores, nós da sociedade, que pagamos altos impostos, poderíamos ter pagado R$ 500 milhões numa obra, mas pagamos R$ 1,5 bilhão, pagamos R$ 2 bilhões, porque era necessário saquear o estado para que a família de Sérgio Cabral ficasse bem. A campanha de 2014 de Pezão custou R$ 400 milhões, mas ele só declarou R$ 45 milhões; foram R$ 355 milhões em caixa 2. Pezão recebia propina mensal de R$ 150 mil e também 1% de todos os contratos da Secretaria de Obras. Eduardo Paes recebeu R$ 3 milhões a R$ 4 milhões por meio de caixa 2. Então me vem uma declaração de Pezão, dizendo: “Não, a Eduardo Paes eu dei R$ 80 milhões. Eu dei R$ 80 milhões, eu tinha lá, guardado na gaveta”. Aí ele pegou e usou para a campanha. “Mas Eduardo Paes não pegou dinheiro de propina, não. Fui eu que dei R$ 80 milhões, está tranquilo.”
Eu fico conjecturando, Presidente, porque é uma cena que o povo brasileiro tem que rir ou desistir de ser brasileiro. Eu fico conjecturando essa conversa: “Eduardo Paes, toma aqui R$ 80 milhões. Mas não é de corrupção, não. É do meu salário, que eu sou governador, ganho bem. Aqui R$ 80 milhões, porque você é um cara bonito, bacana, simpático. Toma aí R$ 80 milhões”. E Eduardo Paes deve ter olhado e falado: “Opa, que bacana! Não é de corrupção, não, me dá aqui, tudo bem”. Aí a declaração mais lavada que existe em nota: “Minhas contas foram declaradas legais”.
Para começar a concluir, Presidente, Sérgio Cabral recebeu mais de R$ 30 milhões de propina e caixa 2 do empresário Artur Soares, o famoso rei Artur, e as empresas dele foram as principais fornecedoras do Governo do Estado do Rio de Janeiro na gestão Cabral.
Isso tudo aqui que nós levantamos, Presidente, foi possível levantar em alguns minutos. Por isso, Presidente, encerro dizendo que o povo brasileiro, quando usou a internet para se unir e se mobilizar foi por acreditar em mudanças no nosso Brasil, acreditar em mudanças na nossa política. Eu fico imaginando que o Estado do Rio de Janeiro deve ser o estado mais poderoso do mundo. Mesmo com tantos bandidos, tantos ladrões – e olhe que nem montei um trabalho para falar de Picciani e Eduardo Cunha –, o Estado, para ter tantos saqueadores, ainda tem um povo que acredita. Ainda tem um povo que vota. Ainda tem um povo que tem esperança.
E esse povo elegeu um governador como Wilson Witzel; para o qual eu olho, hoje, e digo: Meu Deus! O que será desse homem para tirar um estado que está enterrado a sete palmos debaixo da terra? O que será de nós, população do Estado do Rio de Janeiro?
Eu encerro, Presidente, dizendo que nós, classe política, devemos usar a nossa voz e as nossas bancadas para que no Congresso Nacional, Senado e Câmara dos Deputados debatam o sistema anticorrupção.
Nós não queremos mais assistir ao que assistimos. Nós não queremos mais que as nossas famílias e a nossa sociedade paguem o preço pela omissão e o descaso que nós, políticos e fiscais, temos que ter com a nossa sociedade em cima dos corruptos.
E fica nas mãos de Deus a esperança de que se encontrem pelo menos 10% de todos os bens desses saqueadores, bandidos miseráveis do nosso estado, para que o a gente consiga ver algo de retorno.
E que a gente não veja mais policiais morrendo, população morrendo pelos assaltos, estupros e violência; professores fazendo greve e a saúde destruída a cada dia. Que possamos ver, finalmente, um estado que mostre que nós somos uma população unida e merecedora de todas as bênçãos de Deus, porque ainda estamos vivos aqui.
Está nas mãos de Deus o Governo do Estado do Rio de Janeiro!
Muito obrigado, Presidente.

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