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sexta-feira, 20 de abril de 2018

uma falsa sensação de segurança

Texto da Ordem do Dia
O SR. JONES MOURA – Obrigado, Presidente.
Venho desde o ano passado falando a respeito da questão das formações do Centro Presente, Lapa Presente, Aterro Presente, Méier Presente, o problema presente que, na minha visão, vem causando na Cidade do Rio de Janeiro uma falsa sensação de segurança, porque já disse aqui que, devido aos nossos muitos estudos na área da segurança pública, segurança pública é um serviço essencial, assim como é a saúde e a educação. Portanto, não se privatiza nem se terceiriza serviço de segurança pública. Segurança pública é direito de todos e é preciso alcançar todos. Não pode ser um grupo de comerciantes, senhores vereadores, bancando policiais para tomar conta de espaço de comércio. Isso não é segurança pública.
Permita-me ler aqui somente um trecho da matéria do jornal O Globo do dia 15 de abril agora: “Moradores do Leblon deverão contar com reforço no combate à violência por meio do programa Segurança Presente, que reduziu a criminalidade em bairros como Lapa, Lagoa, Centro. Como informou a colunista Marina Caruso, do Globo, um convênio entre o governo do estado e a associação de moradores do bairro – Ama-Leblon – viabilizará a iniciativa, que custará R$ 10 milhões por ano”.
A Associação de Moradores do Leblon diz que 124 agentes irão se revezar ali por dia. Agora olhe essa parte: “A presidente da Ama-Leblon afirmou que, agora, espera o sinal verde do governo para busca recursos junto à iniciativa privada”. Senhores, não é a população pagando imposto para ter segurança pública, não. “Segundo ela, depois de firmado o convênio, serão necessários pelo menos dois meses para colocá-la em prática. Esse é o tempo que ela precisa para voltar aos empresários e comerciantes do bairro que prometeram recursos para ajudar a bancar o programa”.
Há uma promessa aqui, para ajudar a bancar o programa. É mais ou menos assim. A nota do jornal O Globo diz que o Governador Pezão foi procurá-la. O Governador Pezão deve estar tão preocupado com a segurança pública do estado, que foi perguntar lá na presidente de uma associação de moradores: “Tem como você bancar um programa para mim?”. Ela disse: “Tem sim, converso com os empresários que conheço e botamos 124 homens do estado para fazer segurança pública dentro do Leblon” – segundo eu conjecturo.
O SR. PRESIDENTE (CLÁUDIO CASTRO) – Conclua por favor, Vereador.
O SR. JONES MOURA – Para concluir, Presidente. Veja a dinâmica dos fatos e como é que estou conjecturando aqui. No final, pelo que está no Jornal O Globo, entendeu-se que o Leblon deve vir com o Programa Operação Segurança Presente composto novamente pela terceirização de servidores do Estado para atuar dentro do Município e novamente bancado pela iniciativa privada. A quem vai atender esse programa que é dito como sendo de segurança pública?
E digo mais: empresários do Leblon, que já pagam altíssimos impostos para bancar uma segurança pública municipal – que o Prefeito Marcelo Crivella tem de prover ao bairro –, vão ter que pagar duas vezes para que o Governo do Estado consiga, por meio da folga de policiais, ceder 124 policiais por dia ao Leblon? Só quero deixar bem claro que o programa Centro Presente já está sem pagar os salários aos policiais. Não existe dinheiro já para pagar esses programas.
Existe uma maquiagem acontecendo na Cidade do Rio de Janeiro, e a gente vai voltar aqui, Presidente, para falar, pontinho a pontinho, sobre tudo que está acontecendo. E agora, mais uma vez, vai enganar a população. Estive conversando com a Sociedade Civil Organizada do Leblon; conversei também com o Presidente da Associação de Moradores do Leblon, Augusto Boisson; conversei com moradores do Leblon; e eles disseram que o bairro não precisa disso, não. Não precisa disso.
O Leblon tem que ser atendido pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal; e sobre isso tudo a gente vai falar mais vezes.
Obrigado, Presidente.

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