Alertas sobre o
perigo do jogo Baleia Azul
Polícia identifica duas meninas que acessaram o
jogo Baleia Azul. Educadora usa as reportagens do DIA para esclarecer alunos
19/04/2017 06:00:00
O DIA
Rio - A participação
de adolescentes no jogo ‘Baleia Azul’ — em que ‘curadores’ incitam os
participantes em redes sociais a provocar lesões em si mesmos e até atentar
contra a própria vida — acendeu um alerta nas casas e nas escolas sobre a
prevenção do suicídio. Nesta terça, a Delegacia de Repressão a Crimes de
Informática (DRCI) confirmou dois casos de menores que tentaram interromper a
própria vida após participarem dos desafios online.
São duas meninas de
14 anos, uma da capital e outra do interior do estado, que prestaram depoimento
à Polícia Civil. No caso de uma menina de 12 anos que tentou o suicídio em uma
escola do Rio a relação com o ‘Baleia Azul’ foi descartada. Nesta quarta, outro
adolescente de 14 anos deve ser ouvido pela titular da DRCI, Fernanda
Fernandes. Segundo a delegada, a investigação visa alerta pais e professores
sobre a existência do jogo. “O que queremos é evitar as mortes, e, em segundo
momento, chegar à autoria”.
Na Escola Municipal Amélia Ricce
Baroni, em Belford Roxo, estudantes tiveram aula sobre os riscos do jogo Baleia
AzulReprodução
Para evitar o
aliciamento de outros menores, a polícia conta com a ajuda de pais e
professores: eles devem verificar qualquer mudança de comportamento dos alunos,
incluindo lesões corporais. “Desde o início do jogo eles são estimulados a
fazer lesões. Monitorem as redes sociais e venham até a gente. Não só os pais
das vítimas, como os pais de amigos e os professores devem procurar a
delegacia”, recomendou Fernanda.
Na Escola Municipal
Amélia Ricce Baroni, em Belford Roxo, a professora e orientadora educacional
Raquel Paulino, de 48 anos, já iniciou um trabalho de prevenção. Com
reportagens do DIA publicadas ontem e no domingo, ela reforçou a adolescentes
de 12 a 16 anos sobre o valor da vida e oa instou a compartilhar as informações
de prevenção a amigos da escola. Raquel também ressaltou a importância do
diálogo com os pais: “Percebi que este jogo está chamando a atenção dos
adolescentes”. Segundo ela, muitos estavam com medo, mas já havia dois alunos
que tentaram participar. “Se isso aconteceu em uma sala com 35 alunos, imagino
que pode se tornar atrativo para outros alunos”, disse a professora.
SAIBA MAIS: BALEIA AZUL
De acordo com a
delegada, adolescentes com sinais de depressão são os mais vulneráveis a
participar e chegar ao fim do jogo de forma trágica. “Há relatos que eles (os
curadores) procuram as pessoas com tendência à depressão. Mas qualquer vítima
pode ser aliciada”. Diante da repercussão do tema, o youtuber Felipe Neto
decidiu fazer um ‘vídeo sério’ para ressaltar a importância de discutir o
assunto do suicídio e da depressão entre jovens e adolescentes. “Antes de se
preocupar com o jogo, você tem que se preocupar com o seu filho”, disse ele no
vídeo. “O jogo é uma consequência de pessoas que estão passando por problemas.
Temos que tratar a origem, a depressão”, completou o youtuber.
Em 2012, o suicídio
foi a segunda maior causa de morte entre os 15 e 29 anos de idade, em todas as
regiões do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E 96,8% dos
casos registrados estavam relacionados com histórico de doença mental.
‘Curadores’ podem responder por homicídio
Os ‘curadores’ são
como se chamam os que passam instruções do ‘Baleia Azul’ por Facebook, WhatsApp
e SMS. Segundo a delegada titular da DRCI, Fernanda Fernandes, eles podem
responder por associação criminosa e até homicídio. “Entendemos que os
curadores se utilizam dos menores para prática dos delitos. Eles vão responder
a qualquer ato que os adolescentes provoquem em si mesmos, de lesão corporal a
homicídio”, disse. O professor de Psicologia da Mackenzie Rio Paulo César
Guimarães descreve os curadores como portadores de “profundo desrespeito pela
vida, ausência de valores, desprezo pela ética, pela moral e pelo respeito”.
Segundo a médica da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Alexandrina
Meleiro, estes indivíduos são movidos pelas ‘conquistas’ dos jogos. “(O
curador) vê como um desafio extremo. É mais um troféu que a pessoa quer ter”.
Programas ajudam pais a monitorar os filhos
Desde que os jovens
descobriram a Internet, os pais se preocupam com o que suas crianças acessam. A
multiplicação de celulares e redes sociais só aumentou essa preocupação. Com
quem eles conversam? Que vídeos veem? Que fotos enviam? Estão indo mesmo aonde
dizem que vão? À parte o debate sobre a relação de confiança entre pais e
filhos, há programas que prometem vigiá-los. Um dos mais completos do mercado é
o mSpy (mspy.com.br), que permite ver o registro de ligações, conversas no
WhatsApp, SMS, sites visitados, vídeos e fotos visualizados, atividades no
Snapchat.
A lista de controles
é vasta. Como se dá com antivírus, a segurança tem seu preço. O pacote básico
custa R$ 67 por mês (R$ 227 por ano) enquanto o mais completo custa R$ 197 por
mês (R$ 517 por ano). Para os pais que precisam apenas saber onde os filhos
estão, a solução gratuita é Find My Iphone, recurso do iOS que permite
localizar o aparelho pela Internet, que tem o similar Android Device Manager
para smartphones com sistema operacional do Google. O primeiro requer ajuste
nas configurações do iPhone. O outro precisa do usuário e senha usados no
aparelho.
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