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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Prefeitura do Rio está de olho em dinheiro da PGM até para pagar 13º salário de servidor

Prefeitura do Rio está de olho em dinheiro da PGM até para pagar 13º salário de servidor

Messina e Crivella: dificuldades para fechar o caixa em 2018 com rombo de R$ 700 milhões
Messina e Crivella: dificuldades para fechar o caixa em 2018 com rombo de R$ 700 milhões Foto: Brenno Carvalho / 26.05.2018
Luiz Ernesto Magalhães
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Com dificuldades para fechar o caixa em 2018 e eliminar um rombo que atualmente está em R$ 700 milhões, a Prefeitura do Rio comprou uma briga na Justiça com o próprio órgão responsável por representá-lo em demandas judiciais. O prefeito Marcelo Crivella quer cobrir parte desse déficit recorrendo a uma espécie de “empréstimo” de R$ 143,7 milhões do Fundo Especial da Procuradoria-Geral do Município (PGM), de uso exclusivo para manter o órgão. Na sexta-feira passada, a Associação dos Procuradores Municipais conseguiu uma liminar para suspender o repasse. A preocupação da entidade é que, se o fundo for zerado, isso poderia inviabilizar o funcionamento da PGM, prejudicando a própria prefeitura.
Entre os argumentos usados por técnicos do município para solicitar o dinheiro está que a crise financeira tem dificultado a captação de recursos para honrar compromissos, inclusive pagar as Organizações Sociais (OSs) que administram parte da área de Saúde. Nos bastidores, a redução do déficit é vista como fundamental para quitar a 2ª parcela do 13º salário dos servidores.
Os recursos do Fundo da PGM são oriundos de honorários de decisões judiciais. Parte da estrutura da PGM (exceto salários, pagos diretamente pela prefeitura) é mantida com essa verba. Esse dinheiro ajuda o município, por exemplo, a patrocinar ações de execução fiscal contra devedores de tributos como IPTU e ISS.
Medidas adotadas
Algumas medidas para reduzir o déficit estão sendo adotadas, nem sempre com sucesso. No mês passado, os vereadores rejeitaram uma proposta de Crivella que acaba com a exigência de que 15% das receitas obtidas com multas de trânsito pagas pelos motoristas fossem aplicados em ações educativas. O Legislativo, por outro lado, autorizou uma transação na qual o Santander anteciparia R$ 300 milhões para o caixa municipal numa operação envolvendo créditos a receber dos royalties do petróleo. Mas o dinheiro ainda não entrou.
— A PGM não perderia com o repasse dos recursos. Seriam devolvidos em parcelas, até o fim de 2020. E os valores seriam corrigidos como se estivessem em aplicações financeiras — argumentou o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, que acredita num acordo.

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