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quinta-feira, 19 de abril de 2018

GOSTARIA DE ACREDITAR NESSAS PALAVRAS, MAS MESMO SABENDO DE MUITAS IRREGULARIDADES NA PREFEITURA E NA GUARDA MUNICIPAL ATRAVES DE FATOS DOCUMENTADOS, NÃO FIZERAM NADA A RESPEITO. NÃO CHAMO ISSO DE CORRUPÇÃO, MAS SIM, DE OMISSÃO.

Discurso - Vereador David Miranda -
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Texto do Discurso

O SR. DAVID MIRANDA – Boa tarde a todos e todas. Boa tarde, Senhora Presidenta.
No estado atual em que a gente se encontra, no país, é necessário que nós, parlamentares, usemos a força das nossas palavras para tocar as pessoas neste local e fora dele.
A população do Rio de Janeiro votou em todos nós para exercermos, aqui, um cargo de confiança, que representa o povo. Representamos o povo com a criação de leis e com a fiscalização do Executivo.
Ser parlamentar é ter a oportunidade de escutar a população e servir ao Rio de Janeiro. O grande problema que a gente encontra dentro disso é a corrupção. Hoje, o parlamentar, o político, no nosso país, é tachado como corrupto. Seja quem for, é sempre tachado como corrupto. Já fui tachado assim e só tenho um ano e meio aqui, mais ou menos. Vários outros já foram tachados como corruptos. Tem uns que são mesmo, não é?
O que dá lugar a isso é a política toda impregnada pela corrupção. E, aí, eu me pergunto: por que existe esse movimento tão forte das grandes candidaturas, dos grandes partidos, que se locomovem para tomar esses espaços de poder? A gente vê claramente que a política virou um negócio muito lucrativo, não só para os que estão dentro dela, mas para os contatos que estão do lado de fora. É aí que complica; que corrompe; esse processo de corrupção existe.
Nesta sexta-feira, o nosso nobre Vereador Tarcísio Motta fará uma audiência pública demonstrando outro relatório sobre a CPI que ele fez nesta Casa sobre o real problema com o transporte na nossa cidade.
Vereador Tarcísio Motta é um exemplo muito grande. Mas o Tarcísio, também, provavelmente, já foi chamado nas suas redes sociais de corrupto. Ora pois, logo o Tarcísio? Vocês já o viram no Carnaval? Já viram o Tarcísio aqui falando? Já o viram debatendo, em 2014, contra os outros candidatos a governador? Como alguém tem a audácia de falar isso? As pessoas falam porque não têm conhecimento. Porque elas não sabem mais separar quem são os políticos da ordem e quem são os políticos do povo. Tem uma diferença muito grande nisso. Vasta. Enorme.
Mas eu acredito que, em 2013 – quando a população acordou para a política, quando começou a ir para a rua não pelos R$ 0,20, mas por um país mais democrático e cidadão –, houve um rompimento muito forte que desencadeou uma eleição muito acirrada em 2014 e o cenário político ficou ainda mais acirrado em 2015 quando o processo de impeachment da Dilma foi instaurado.
Esse momento todo foi pego por uma narrativa política muito forte sobre os corruptos que estão instalados no país. Mas o tiro no pé é que eles mal sabiam que essa narrativa tinha sido feita pela grande burguesia para manter o poder que tinha na casta política desse país. Isso foi um tiro no pé porque as eleições municipais aqui no Rio de Janeiro mostraram a diferença.
Temos menos pessoas acreditando na classe política. Muito menos. A gente vê isso nos percentuais de votos nulos e votos brancos. A gente vê isso. Muita gente fala que o voto não serve para nada. Mas tem uma parte da população que está procurando entender mais. E essa parte da população está fazendo um voto consciente. Isso foi demonstrado pela Bancada do PSOL, com seis vereadores agora nesta Casa. Uma bancada de esquerda, forte, combativa, que não tem medo de chegar aqui e falar o que precisa. Não tem medo de combater a corrupção desta cidade, assim como o Marcelo Freixo fez em 2008 com os milicianos. Nós não temos medo. E vamos continuar lutando. Foi demonstrado quando colocamos o Marcelo Freixo no segundo turno, sem tempo de televisão, sem acordo com os partidos, com a maior campanha de doação nacional da história do país. Foi isso que a gente fez em 2016.
Esse ano vai ter mais um giro. Depois do impeachment em 2018, depois de tudo que Temer fez, depois de todas as denúncias que a gente viu, depois do Lula preso, a maioria das pessoas acha que o que está dado para 2018 não pode ser lido. Mas eu sou contrário a essa ideia. Eu acho que existe uma população que presta atenção na política, que tenta se informar, que procura saber, que procura um programa real e quer saber exatamente o que acontece na sua cidade, no seu estado e no seu país. Se isso refletiu aqui na cidade em 2016, refletirá no país em 2018. Então, acho que estamos chegando a um novo ápice da democracia.
Apesar de falarem o tempo todo que não há esperança, vejo esperança quando a juventude se reúne e faz uma caminhada histórica aqui na frente da Câmara Municipal, com secundaristas de Saquarema vindo para o Rio de Janeiro. Vejo isso quando a molecada ocupa suas escolas pedindo educação e aumento para os seus professores. Vejo quando, tendo o estado em colapso, toda a população de servidores se uniu em uma só voz na frente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), seja policial civil, professor do estado ou qualquer outra categoria que estava ali presente. Por mais que pareça que não há esperança, ainda existe luta. Essa galera que luta, busca, passa informação, tenta informar, tenta quebrar esse sistema que é embasado em corrupção, é o futuro da Nação.
Então, tenho esperança para 2018. E não sou ingênuo, não igual ao Aécio Neves, que agora está sendo réu, mas vamos ver até aonde isso chegará, porque acho que isso é mais uma jogada que estão fazendo. Mas tenho esperança mesmo, porque a população olha para a política hoje em dia não como um “Fla-Flu”, como a maioria das pessoas acha que é: direita e esquerda. Ela também olha o caráter, as pessoas. Com certeza, nessa eleição olhará o histórico.
Sexta-feira, teremos o evento do Vereador Tarcísio Motta aqui às 9 horas. Será de extrema importância para a Cidade do Rio de Janeiro, porque a máfia do transporte de ônibus da Cidade do Rio de Janeiro precisa chegar à justiça. Conto com todos aqui presentes na sexta-feira, porque precisamos falar sobre o transporte no Rio de Janeiro.
Muito obrigado.

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